Palavras aladas
Os juramentos que nos juramos
Entrelaçados naquela cama
Seriam traídos se lembrados hoje
Eram palavras aladas
Faladas não para ficar
Mas, encantadas, voar
Faziam parte das carícias
Que por lá sopramos
Brisas afrodisíacas ao pé do ouvido
Jamais contratos
Esqueçamo-las
Pois dentre os atos da língua
Houve outros mais convincentes
E ardentes sobre os lençóis
Que esses, em futuras noites,
Em vislumbres de lembranças
Sempre nos deslumbrem.
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