as lacunas do tempo dançam ao encontro de linguagens, literatura, arte e acolhem todas e todos que passam por aqui
domingo, 25 de abril de 2010
Saint-Exupéry
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me, disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho
amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não
têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como
não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos, se tu queres um amigo,
cativa-me!
Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe
de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A
linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...
No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo,
às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for
chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada:
descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a
hora de preparar o coração... É preciso ritos.
Se você ainda não leu ou se já leu e quer reler (para mim, reler é fundamental), faça o download aqui.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Que tal preencher esta lacuna?