sábado, 5 de dezembro de 2009

Ontem


Até hoje perplexo
ante o que murchou
e não eram pétalas.

De como este banco
não reteve forma,
cor ou lembrança.

Nem esta árvore
balança o galho
que balançava.

Tudo foi breve
e definitivo.
Eis está gravado

não no ar, em mim,
que por minha vez
escrevo, dissipo.

Carlos Drummond de Andrade

Um comentário:

  1. um dos poemas de drummond que mais me invade de sentidos e de lacunas. amo muito muito a poesia de drummond, linda cris. beijinho..

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