sexta-feira, 28 de maio de 2010

Fred Caju

FADO INEVITÁVEL

Pensou que seria simples
se livrar de sua poesia,
achou que ficaria em paz
de uma noite para o dia.

Passaram-se vários anos,
talvez estivesse curado;
não escreveu seus poemas
e ficou mais descansado.

Deixou de lado a poesia,
aderiu a uma vida normal
e deixou de sentir a dor
para ficar lendo jornal.

Depois de fazer família,
labutar com remuneração;
percebeu o quanto era só
e que tudo é uma ilusão.

Ele aceitou que sua vida
sempre seria incompleta,
e assim gritou ao mundo:
ainda, ou sempre, poeta!

O poema Fado inevitável encontra-se no e-book Monopólio da Solidão, disponível para download no blog Sábados de Caju.

4 comentários:

  1. porque o poeta sofre de um incômodo na alma; não há pois possibilidade de cura ou de fuga; uma vez poeta, disso se vive, disso se morre...

    Bela postagem, Ane.

    Abraço (indireto) ao Fred.

    Beijos.
    Ricardo.

    ResponderExcluir
  2. Não penso em outro adjetivo além de LINDO.

    *-*

    ResponderExcluir
  3. Esse poema é bem querido. Grato.

    ResponderExcluir
  4. Uma vez Poeta, sempre Poeta. E felizes, aqueles que tem a poesia na veia...

    ResponderExcluir

Que tal preencher esta lacuna?